O inverno está quase a chegar ao hemisfério norte, já se sente o frio cortante e as temperaturas já andam perto do zero nas noites frias. Portugal é um país que ainda vai tendo as quatro estações, ainda é possível ter as manhãs de sol de uma primavera, ou observar (para minha grande felicidade) as tonalidades douradas que algumas folhas ganham no outono. Eu sempre gostei do inverno, das manhãs passadas na cama quente, nas bebidas que aquecem por dentro, no aconchego de uma lareira, ou simplesmente de uma manta enquanto estamos no sofá. Mas o que sempre me fascinou no Inverno foi a neve, pedaços de algodão doce que caem do céu, era assim que eu imaginava até ter visto e sentido neve pela primeira vez. Em Portugal apenas neva nas zonas montanhosas mais altas, no norte do país.
Quando era criança, a ida à neve era uma viagem de cerca de quatro horas de carro, desde minha casa até à Serra da Estrela. Esta era a minha viagem favorita, bem mais apetecível que as viagens de verão a caminho de um Algarve cheio de gente, e embora eu adore praia esta para mim sempre foi banal, uma vez que sempre tive o oceano como vizinho.
Esta semana caiu o primeiro nevão do ano, um sinal de que a minha estação favorita do ano está a chegar...
Andrew Osokin através da sua a macro fotografia, permite-nos ter um vislumbre da beleza dos minúsculos flocos de neve de perto. Este fotógrafo de Moscovo demonstra ter paciência de santo para capturar estas fotos incríveis, uma vez que os flocos podem derreter logo após tocarem no solo.
Porque a efemeridade pode ainda torná-los mais belos, arrisco a parafrasear Antoine de Saint-Exupéry, “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Eu diria mais, apenas o coração pode reconhecer a verdadeira beleza, porque esta nem sempre está acessível ao olho humano.
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